quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Eu, meus filhos e os brinquedos

Eu sou o tipo de mãe que:
- Nos aniversários e nos Natais não compra brinquedos para os filhos, porque sabe que eles vão ganhar de outras pessoas e não vê sentido em ter mais brinquedos.
- Prefere gastar o dinheiro de um brinquedo com algo realmente útil ou experiências como ir a um restaurante bacana, comprar comidinhas diferentes, ir ao teatro, cinema ou balé, fazer uma viagem.
- Que não acha falta de educação trocar presentes, se é a quinta Barbie que a filha ganha no mesmo aniversário.
- Já devolveu brinquedo aberto na loja alegando propaganda falsa (Moon Sand da Long Jump).
- Que esconde alguns presentes depois de aberto para ir dando aos poucos.
- Acha incrível a quantidade de embalagem de alguns brinquedos que depois de abertos são completamente desinteressantes.
- Acha o cheiro das lojas de brinquedos tóxico.
- Tira o filho de 2 anos aos berros de uma loja de brinquedo, depois dele mexer em tudo, sem culpa.
- Que acha que os únicos brinquedos que realmente valem à pena são: bola, corda, blocos, tanque de areia, alguma coisa com rodinhas, triciclo, bicicleta, patinete ou skate, giz de cera, lápis e canetinha, uma boneca ou boneco amigo, livros, baralho e instrumentos musicais. O resto é supérfluo ou se cria.
- Que no último natal deu para a filha ingressos para uma apresentação de balé a levou para fazer escova no cabeleireiro, ela queria ver seus cachinhos ficarem lisos como uma autêntica dondoquinha, agora não troca os cachinhos por nada.
- Que leva a filha na maior loja de bonecas de Nova York, American Dolls, e só leva o catálogo.
- Que não se conforma com o tempo que grande parte das crianças gasta em frente à televisão ou com jogos eletrônicos, mas não pensa duas vezes em colocar um DVD para os filhos assistirem quando quer fazer algo sozinha.
- Que cancelou a televisão por 4 meses (tempo que a Net permite sem cancelar internet e fone) para os filhos brincarem mais.
- Que leva os filhos para passar uma semana na praia e fala que a TV da casa está quebrada (mentirinha). 
- Que diz para a filha se ela quer algum brinquedo ela tem que encher o porquinho.
- Acha legal ganhar brinquedos usados.
- Acha legal dar os próprios brinquedos.
- Fica orgulhosa quando a filha de 6 anos que tem a oportunidade de escolher qualquer brinquedo de uma megaloja americana e depois olhar mais 5 mil “toys” chega à conclusão de que não quer nada, porque não precisa de mais.
- Acha que as crianças têm que brincar mais com outras crianças, usar a imaginação, criar os próprios brinquedos e fazer mais atividade física.
- Que acha que brinquedo nenhum no mundo vai suprir a necessidade de atenção e carinho que uma criança precisa.
- Que tem filhos, que como todas as crianças, querem todos os brinquedos do mundo, principalmente o do amiguinho, mas que quando tem não brincam com quase nada.
- Que quer que os filhos brinquem de verdade e não fiquem em frente da televisão desejando tudo o que aparece nas propagandas...
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terça-feira, 22 de novembro de 2011

SOS litoral brasileiro, uma mãe pede atenção

Estou começando a acreditar que tenho poderes paranormais, ao menos habilidade de prever o futuro. Eu já sabia que vazamento de petróleo na costa brasileira ia se tornar algo banal.  E que essa história de desenvolvimento do país à custa do óleo abundante no litoral é conto para boi dormir. Poucos ficarão ainda mais ricos. Mas muitos vão adoecer. A nossa costa vai se tornar uma zona morta. E talvez até role uma guerrinha no meio tempo. 
Toda vez que eu vejo a propaganda da Petrobrás nas revistas brasileiras dizendo como o Brasil vai ficar mais rico com o petróleo do pré-sal sinto raiva e angustia. Raiva de tamanha mesquinharia, angustia pela destruição que está por vir ou que já começou. Se servisse de lição...
Você ainda não sabe do que eu estou falando? Imagino, com tantas notícias mais interessantes por ai. Desde o dia 7 de novembro está vazando petróleo na bacia de Campos a cerca de 370 km litoral norte do Rio de Janeiro. Estimasse que mais de 420 mil litros já atingiram a superfície do oceano, mais está por vir. Hoje, no noticiário, o IBAMA está dizendo que o vazamento foi contido, MENTIRA, impossível, é só ler as análises técnicas divulgadas nos jornais internacionais. O que estão fazendo é jogar muita areia em cima do vazamento para que dificulte a sua ascensão até a superfície e espera-se que as correntes marítimas levem o óleo para longe. Ah, também faz parte do esquema de maquiagem jogar produtos químicos para dispersar a mancha visível. Poluição em dobro.
A única coisa que se lê na mídia é sobre de quem é a culpa. Quanto a Chevron, empresa responsável pela extração, vai ter que pagar por tamanha irresponsabilidade. 50 milhões, 100 milhões... E ai, o que se faz com esse dinheiro? O que ele resolve? Alguns figurões com certeza vão embolsar o seu para fingir que nada aconteceu. Mas quem vai salvar as milhares de espécies marinhas? Quem vai devolver a capacidade daquela parte do oceano de produzir oxigênio (ação dos plânctons)?
Manifestantes do Greenpeace no Rio de Janeiro
Um monte de ladainhas, todo mundo mantém as aparências e fica do jeito que está. Não vai passar pela cabeça de ninguém lá de cima em dar um basta com extração de todo esse petróleo. Eles estão mais preocupados com quem vai ficar o royalties. E o povo é totalmente omisso, ninguém se manifesta, só têm 5 integrantes do Greenpeace fazendo protesto (obrigada por existirem). Só houve alarde caso o óleo chegasse às praias do Rio. Imaginem só, fazem a limpeza na Rocinha, mas as praias ficam pretinhas. Seria o fim da Copa e das Olimpíadas, quem vai querer vir nadar na mancha? Só que os ventos estão do nosso lado e estão levando o óleo para o leste. Infelizmente, na imensidão desse mundo o leste fica logo ali.

A Chevron é uma mega corporação americana de extração de recursos naturais. São esses caras, junto com a BP, Standart Oil, JP Morgan que estão por trás das guerras pelo petróleo que os EUA travam em todos os lugares do mundo sem pestanejar, é só pisar no calo. Onde eles colocam o dedo a destruição é geral. Fizeram isso na África, no Oriente Médio e agora é a vez do Brasil. Chegam de mansinho com acordos travados no alto escalão do Distrito Federal, onde todo mundo almeja o título de marajá. E depois é só abrir as páginas do jornal para saber o que acontece. Os exemplos dessa insanidade estão ai para todo mundo ver.
Ah, o filho da sua vizinha já conseguiu um emprego na Petrobrás recém saído da faculdade. Uma grande fábrica de carro está sendo instalada na sua região, outra de produtos químicos e uma embalagens plásticas. Aguarde para ver aonde esse tipo de progresso vai nos levar. Eu tenho uma bola de cristal dentro do meu coração.
Os EUA mesmo acabaram de ser vítima do vazamento no Golfo do México, aquela região virou zona morta, nada mais se vive ai. Os pescadores perderam seu peixe, as populações costeiras estão comendo o pão que o diabo amassou, não tem turismo, não tem comida, não tem emprego. Estão querendo perfurar o Alaska, mas os movimentos ambientais no hemisfério norte são zilhões de vezes mais organizados e fazem algum alarde, o que segura mais um ato insano. Aqui, hahahaha, nem mesmo o presidente do IBAMA, Curt Trennepohl, está pouco se lixando. Esse é o cara conivente com a permissão da construção da usina Belo Monte na bacia do Xingu e foi pego pela televisão australiana dizendo que tudo bem se os índios forem dizimados, faz parte do nosso tão aclamado progresso.
Mais uma vez o que isso tudo tem a ver com o meu blog materno? Hellooooo, eu tenho dois filhos e meu instinto diz que isso tem que parar agora. Eu temo pelo futuro das minhas crias, pelo das suas, por nos todos.
A Terra é um organismo vivo, somos meras células - já fizeram a analogia com as células cancerígenas e eu tenho que concordar-, passeando por esse grande corpo celestial. Com certeza temos alguma função primordial, e é isso que todas as religiões e buscas espirituais buscam desvendar. Mas me parece que estamos perdidos, proliferando a destruição com uma rapidez sem precedentes. Se a Terra for forte o suficiente, ela vai se livrar da gente quando menos esperarmos, como uma super sessão de quimioterapia. Mas vai se recuperar e continuar com a sua vida de uma criança de 4.5 bilhões de anos. Mas se persistimos em sugar suas entranhas, para se criar coisas e mais coisas completamente desnecessárias ela é bem capaz de desfalecer na tenra idade.
O seu filho precisa de canudo no próximo suco? A sua filha, do vigésimo acessório da Hello Kit? Quantas garrafinhas de água você comprou esse mês?  Você vai querer as 100 gramas de queijo no isopor? Vai aceitar o saco plástico para colocar o saco do pão? Vai preferir o kiwi neozelandês à banana ouro de São Sebastião? A gente não precisa de petróleo como nos fazem acreditar. Existe tecnologia para se mover carros, acender a luz e aquecer casas a base de sol, vento e água (não, não quero que destruam a floresta Amazônica para mais uma hidrelétrica, mas água já se move carros).
Precisamos acordar, sair dessa zona de conforto, nem tão confortável assim. Todo mundo está doente, todo mundo está estressado, todo mundo não tem tempo, todo mundo não tem nada querendo ter tudo. Nossas crianças não precisam de mais coisas. Elas precisam de água limpa para beber, alimento íntegro para comer, ar puro para respirar e encher os dedinhos das mãos e dos pés de pessoas para se chamar de amigas e família. Todos de preferência reunidos em uma linda praia vendo um maravilhoso por do sol.  
Fontes:

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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

FVM: Isopor do lixo ao luxo

Essa semana achei várias placas de isopor no lixo. Vou começar a andar com a minha câmera para registrar meus achados. Não pensei duas vezes e peguei várias. Ao mesmo tempo que fiquei feliz por ter descolado material para os meus trabalhos, fico triste com tamanho disperdício, principalmente pelo isopor ser um material super poluente (leia: Diga NÃO as embalagens de isopor). Não recomendo comprar as placas para realizar esse FVM, já que a idéia é de reutilizar aquilo que seria descartado. Ver o potencial de muitas coisas que vão parar no lixo. Você pode realizar o mesmo FVM com placas de papelão grosso.


Quem ficou feliz foi minha filha, que teve um pequeno update no seu cantinho. A gente tem o hábito de colocar uma coisa no lugar e deixar ali para sempre, e aquele visual vai ficando datado e com cara de empoeirado. Mudar objetos de lugar é uma maneira custo zero de dar uma renovada.

1. Você vai precisar das placas de isopor ou papelão. Retalhos de tecidos. Eu adoro tecidos, então eu sempre tenho alguns retalhos enfiados em algum lugar, isso quer dizer que eu não tive que comprar nada para executar esse FVM. Tesoura e um grampeador comum.
 
2. Recorte o tecido na medida certa de forma que sobre um cm dos quatro lados para ser grampeado na parte de trás. Eu gastei nem 10 minutos para forrar as 4 placas. O grampeador deixa esse trabalho muito fácil. O legal é que as placas além de decorativas servem para colocar recados e fotos.



  

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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Dica para ser feliz por nada

Dica de leitura para as mães novatas em licença maternidade, aquela fase que você não sabe se ri ou se chora, se ama ou se odeia. O livro de crônicas “Feliz por Nada”, da jornalista Martha Medeiros, a mesma que escreveu o romance “Divã”, que rendeu o filme.

As crônicas não são sobre amamentação, nem bebês com cólica, mas sobre o cotidiano com todas as suas nuances, escrito por uma mulher madura que também é mãe.
Eu li o livro de cabo a rabo nesse feriado chuvoso. A dica foi da minha mãe, que recebeu a dica de uma vendedora da livraria do aeroporto enquanto aguardava o embarque.
As crônicas, de no máximo três páginas cada, são simplesmente gostosas e verdadeiras, fácil de digerir em meio ao pequeno caos que se instala com um novo ser no pedaço. Aposto que muita gente vai dar boas risadas, se identificar e até chorar entre uma mamada e outra.
Todo mundo pode e deve ler o livro, só estou sendo solidária com as novatas porque eu sei a montanha russa que pode ser essa fase, mesmo que você e seu pequeno fiquem quietinhos no conforto do seu quarto. E nada como um bom livro para mudar o nosso humor e encher o nosso espírito. Esse bebezinho recém nascido vai crescer tão rápido, que vale a pena apreciar esse momento com olhos de quem fica feliz com tudo.
Obs.: Já estava escrevendo o post quando vi que o livro está pela 17 semana na lista dos mais vendidos da revista Veja. Olha que ótimo, custa R$16,40 no site da fnac. 
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sábado, 12 de novembro de 2011

Desescolarização: educando para a vida

Recentemente participei de um encontro interessante. O encontro tratava de um tema pouco conhecido, mas muito inspirador, a desescolarização. A voz ativa era da “educadora” Ana Thomaz, que ao meu parecer é uma mulher daquelas que não tem medo que quebrar tabus e criar as suas próprias regras. De ser honesta consigo mesma. Uma mulher que está pouco se lixando para o que a vizinha vai pensar. E por isso mesmo, muito interessante. http://anathomaz.blogspot.com   

Fui para o encontro pensando que iria ouvir o depoimento de uma pessoa que educa os filhos em casa, conhecido como homeschooling. A primeira vez que ouvi falar nesse termo foi ainda na adolescência quando ouvia dizer que jovens artistas, por viverem na estrada, eram educados fora da escola. Também me lembro da família Schurmann, que deram a volta ao mundo em um barco. Eles também educavam os próprios filhos, boatschooling. 
Anos mais tarde, um amigo me mostrou um trabalho pessoal. Há alguns anos ele vinha fotografando as sobrinhas, que moravam no meio da floresta e eram educadas em casa. Lobinhas, com seus cabelos emaranhados, olhar penetrante, crianças em total sintonia com a natureza selvagem que habitavam. Logo depois, a palavra homeschooling passou a pipocar por todos os lados. Nos EUA, a prática é mais comum do que eu havia imaginado. E vêm de pessoas com estilos de vida variados, insatisfeitas com o sistema convencional de educação.
Confesso que sempre achei o homeschooling estranho, solitário. Sempre adorei ir à escola, principalmente por causa das amizades, da socialização, e nunca imaginei privar meus filhos desse acontecimento. E o tempo que meus filhos passam na escola é o meu tempo, essencial para a minha sanidade mental. Então, o meu interesse pelo assunto era mais curiosidade do que qualquer outra coisa. Porém, aquele encontrou foi extremamente revelador...
Desescolarização é diferente de homeschooling. É quebrar com os paradigmas criados no ambiente escolar, é criar uma nova realidade social. Como disse Ana Thomaz, "é tirar a escola de dentro da gente". E isso não significa necessariamente deixar de frequentar a escola. Já o homeschooling muitas vezes está atrelado a super valorização do conhecimento formal. Existem pais que querem criar super gênios e acreditam que a escola normal não é capaz disso com o seu nivelamento padrão. Levam a escola para dentro de casa.
Pois bem, com esse novo conceito de desescolarização, comecei a pensar no que realmente aprendemos na escola:
- Competição. A escola nos prepara para ser melhor do que o outro. Só assim você vai passar no vestibular, entrar nas melhores faculdades, conquistar os melhores empregos. Afinal, o mercado é muito competitivo. Valores como cooperação, solidariedade, compaixão ficam bem diluídos nesse contexto.
- Materialismo. Isso é algo que minha filha é vítima e se tornou ainda mais evidente com o ingresso na escola do meu filho de 2 anos. Noto que a maneira de saldar as crianças e deixá-las satisfeitas por parte dos adultos é mencionar o sapato novo que ela está usando, que mochila bonita ela tem. Raramente alguém diz: que sorriso bonito! O que será que a gente vai aprender?E assim elas aprendem que o que vestem é o que interessa.  Sempre que interajo com crianças e elas querem chamar a minha atenção, mostram algo que possuem, uma blusa nova, uma pulseira... Um que legal! As satisfazem. Eu sei que os adultos não têm muita paciência, nem tempo, para ouvir uma historia mirabolante do dinossauro que caiu do barco e foi comido pelo tubarão que ficou com dor de barriga. Esse tipo de relato recebe um espera um pouco, estou ocupado... Para essas crianças, ter é ser. E se você já não aprendeu isso em casa, vai aprender na escola.
- Autoritarismo. Não pode isso, não pode aquilo. Ouve-se tantos nãos na escola, que fica difícil imaginar uma criança ser capaz de usar sua imaginação, criatividade e energia de maneira positiva. Outro dia mesmo ouvi um coordenador da escola da minha filha gritando para as crianças que não podiam correr no pátio. Se não podem correr no pátio, vão correr aonde? Criança não pode mais correr? Também já escutei que não era permitido brincar de golzinho com tampinha plástica de refrigerante. Por que não? Só porque não é bola. A meu ver, aqueles meninos deviam receber um parabéns pela criatividade.
- Convencionalismo. É o dever da escola estabelecer normas e padrões. E isso se reflete em todas as áreas, do comportamento ao pensamento. Dificilmente uma criança é elogiada por contestar uma regra incoerente, ter seu ponto de vista diferente, ou até mesmo executar algo de outro modo. Saiu fora da caixinha vai com certeza vai receber a antipatia ou será apatia alheia. Nunca me esqueço de quando meu sobrinho teve que criar um jornalzinho sobre um animal em extinção na terceira série. A palavra jornalzinho fez com que ele recorresse à tia jornalista por auxílio. Fizemos um zine, tinha a matéria principal sobre o lobo-guará com título e subtítulo, imagens e notinhas de outros animais também em extinção, tinha até passatempo.  Ele pesquisou e participou de todo processo, eu só orientei explicando a dinâmica de um jornal. O que havia sido um momento de aprendizado e união para nós, se transformou em frustração e raiva, quando ele voltou da escola com a cara amarrada dizendo que a professora falou que o trabalho dele estava errado, que era só para ter feito uma pesquisa sobre um único animal e colocado título. Ela nem folheou o zine. Obviamente ele não permaneceu naquela escola privada e tradicional por muito mais tempo.
- Popularidade.  Ser popular ou não. Nesse quesito está fadado a autoestima, o emocional e a vida afetiva de inúmeras crianças e adolescentes. É popular aquele que consegue o equilíbrio entre os outros itens acima. Não pode tirar só 10, porque vira nerd, nem ir tão mal porque é burro. Se ostentar é playboy, se não tem, não tem muito a oferecer. Se aceita todas as regras é banana, se contesta é persona non grata e por ai vai. O bullying palavra tão em voga na mídia hoje, é exatamente o reflexo disso.
Ana Thomaz, com o relato de suas experiências, nos faz refletir, não é panfletária. Almeja que seus filhos aflorem de verdade, com liberdade. Como toda mãe, quer o bem estar das crias e para isso teve a coragem de retirar a escola de suas vidas, quebrar paradigmas e condutas sociais.
E agora, será que agora eu vou ter que tirar meus filhos da escola? No meu caso, eu ainda acho que não, ainda vou fazer a lista das coisas positivas que se aprende na escola, será que vou conseguir? Aguardem. Mas com certeza não vou analisar como a escolarização afeta a minha vida. Vou prestar mais atenção no desenvolvimento emocional dos meus filhos. Vou sempre incentivar o pluralismo, a criatividade. Vou ensinar o uso prático da matemática, do português e da química. Vou me envolver. Não é porque estou pagando que vou simplesmente deixar a educação deles nas mãos de uma instituição. Valores se aprendem em casa.    
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terça-feira, 8 de novembro de 2011

O renascimento do parto natural

"Para mudar a vida é necessário mudar a forma de nascer"
                                                                             Michael Odent

Quando 90% das mulheres* de uma sociedade optam ou se deixam levar pela insensatez de uma cesariana, fica obvio que algo extremamente errado se implantou ali. Errado do ponto de vista biológico, emocional e espiritual. A ala médica perde sua credibilidade por propagar mentiras em benefício da sua conveniência. Perde a oportunidade de se engrandecer dando a luz. A mulher perde sua única chance de se conectar com o ápice de um ciclo, um ciclo que se desenrola a milhares de anos. Ela perde a sua única chance de se conectar com o poder de ser mulher.

A parto por cesariana tem sim sua benção, ele é capaz de salvar vidas em uma situação de emergência, mas esse tipo de situação representa menos de 5% dos partos.

O vídeo abaixo joga uma luz nesta quetão, ainda bem!




* 90 % dos partos realizados no sistema privado de saúde são cesarianas, segundo pesquisa realizada pela UNICAMP e divulgada no dia 11 de agosto de 2011.

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sábado, 5 de novembro de 2011

FVM: Transforme suas caixas de sapato

Esse é um jeito fácil e barato, custo zero, de organizar coisinhas na sua casa. As caixas à esquerda eu fiz para guardar as bonequinhas polly e seus apetrechos minúsculos, roupinhas de boneca e fantoches dos meus filhos. À direita, são para ingressos, panfletos, mapas e outros souvenirs de lugares que visitei, que eu tenho tendência a acumular. Mas é uma ótima idéia para organizar material de costura, artesanato, cintos, bijuterias etc. etc. etc.  

Tudo que você vai precisar: Cola e tesoura. Revistas velhas, toda página contém uma arte que pode virar um aplicativo bacana. Caixas de sapato, pense duas vezes antes de descartar as suas. As minhas eu peguei no lixo de uma loja de bacana aqui perto de casa. Aliás, queria resaltar a falta de consciência social de vários estabelecimentos comerciais, que jogam tanta coisa reciclável no lixo comum. Já cansei de ver o caminhão de lixo destruir dezenas de caixas de sapato, papelão, sacolas super resistentes, sacos plásticos variados que essa loja põe na rua. Eu, que não produzo 1/50 do lixo reciclável deles, faço questão de levar tudo em um centro de reciclagem, tem um aqui pertinho. Aposto que eles se acham chiquérrimos por venderem vestidos de quatro cifras. No meu ponto de vista, esse comportamento é de extrema deselegância. Ah, não pense que estou querendo tirar o ganha pão dos catadores de papelão não. Mas eu sei que eles raramente passam por aqui. E se alguém estiver na mesma possição, faça um trato com algum catador: passar dias x, y e z que vai ter muita coisa pra levar... e não esqueça da gorjeta.     

Depois de selecionadas as páginas que vão decorar as caixas, passe cola na lateral que você quer esconder, aplique a página e depois recorte. Se preferir, pode recortar a medida antes. E pronto, em menos de 5 minutos você vai deixar a sua casa mais estilosa sem gastar um tostão.


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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Doce perigo: o que contém um pirulito

Não quero estragar a ressaca de ninguém, afinal me parece que o Halloween se incorporou de vez na vida das crianças brasileiras (quero dizer: crianças que estudam em escolas particulares e fazem curso de inglês). E os saquinhos de balas e chicletes ainda estão espalhados pela casa.
Eu sei que a questão está longe de ser um problema só do Halloween. Nossas crianças são bombardeadas com bala, pirulito e chiclete diariamente. A gente entra em qualquer estabelecimento comercial e lá vem alguém fazer um agrado e entrega na mão do seu filho o quinto pirulito do dia. E se você não deixa comer, começa a choradeira e ai sim, você vira mãe chata. Eu sei que a idéia é para entreter as crianças e mostrar simpatia, mas falta um pouquinho de informação ai.
Afinal qual é o mal dos “candies” (vamos manter o clima de Halloween). O açúcar você já sabe, alias é a única coisa que dentistas, médicos e a mídia alertam na hora de difamar essas pequenas guloseimas, elas engordam e dão cárie. Mas porque ninguém fala dos corantes e aromas artificiais entre outros aditivos pouco conhecidas? Substâncias químicas que causam problemas neurológicos como retardamento mental e síndrome do déficit de atenção, causam diabetes, problemas da tireóide e até  mesmo câncer.

Será porque isso destruiria uma indústria milionária, calcada na idéia de que vale tudo para atrair os pequenos consumidores agrupados na categoria “kids”. Até mesmo pintar a comida que eles ingerem com VERMELHO 40 e AZUL CREPÚSCULO. Afinal, as crianças adoram coisas bem coloridas. E se alguém questiona, mas isso não faz mal? Essa mesma indústria te aponta para testes, que eles mesmos fizeram, mostrando que a quantidade dessas substâncias em uma única bala, não faz mal não. O corpo é uma máquina poderosa, capaz de se desfazer dessas toxinas rapidinho.

Uma coisa eles estão certos, o nosso corpo é incrível. Mas o que acontece quando essas crianças não ingerem apenas uma bala, mas várias. E não apenas a bala, mas o iogurte, o suco artificial, o achocolatado, o picolé, a gelatina entre outras centenas de produtos especialmente desenvolvidos para o paladar e para a visão infantil? Todos devidamente pintados e aromatizados artificialmente.

Eu resolvi pegar três produtos tradicionais e amplamente comercializados para dissecar alguns de seus ingredientes. Quero deixar claro que não é uma campanha contra esses produtos específicos, eles simplesmente eram os que estavam por perto quando resolvi fazer essa minha pequena análise. Basta começar a ler (se sua visão for biônica, as letras são tão pequenas que é necessário uma lupa) a lista de ingredientes do próximo chiclete que seu filho colocar mão, o repertório não muda muito. Ah, sabe as balas Toffee? Elas não têm corantes, mas são destinadas a público adulto, "trick" não!?

Chiclete Adams sabor Hortelã. Ingredientes: Açúcar, Goma Base, Xarope de Glicose e Amido de Milho. Aromatizantes: Aspartame e Acesulfame-K. Emulsificante: Lecitina de Soja. Corante Inorgânico: Dióxido de Titânio. Glaceante: Cera Vegetal. Corante Artificial: Azul Brilhante. Não Contém Glúten. Contém Felinalina.

 Bala 7 Belo. Ingredientes: Açúcar, Xarope de Glicose e Gordura Vegetal Hidrogenada. Acidulante: Ácido Lático. Emulsificantes: Lecitina de Soja e Monoestearato de Glicerila. Corantes: Vermelho 40 e Azul Brilhante.  Aromatizante. Não Contém Glúten. Contém soja e traços de leite e amendoim.

Pirulito Big Big. Ingredientes: Açúcar, Xarope de Glicose e Goma Base. Acidulante: Ácido Cítrico. Corantes: Vermelho 40, Amarelo Crepúsculo e Indigotina. Antioxidante: BHT. Aromatizante.


Glossário de (alguns) Ingredientes:

Acesulfame-K: Vendido comercialmente como Sweet One, é um substituto do açúcar aprovado para o consumo em 1988 pelo FDA, apesar das inúmeras controvérsias quanto a sua segurança para a saúde humana, sendo potencialmente cancerígeno. Muito usado em chicletes, café e chás instantâneos, sucos em pó e gelatinas, esse aditivo causou tumores na tireóide de ratos, coelhos e cachorros testados.

Amarelo Crepúsculo: Proibido em alguns países da Europa. Pesquisas demonstraram uma relação dessa substância com hiperatividade e outros distúrbios de comportamento em crianças suscetíveis.

 Azul Brilhante: Causa irritação ao trato respiratório e das membranas mucosas. Doses altas produzem cólicas estomacais, estenose no esôfago, náusea e vômito.

BHT: Antioxidante. Há casos de dificuldade de metabolização do BHT, o que causaria hiperatividade infantil, crises de asma e outras reações alérgicas, sendo especialmente prejudiciais para os bebês. Há dúvidas a respeito de ser ou não cancerígeno. Foi banido seu uso alimentício no Japão em 1958, Romênia, Suécia e Austrália, e nos EUA é proibido para alimentos infantis, e o McDonald's deixou de usa-lo em 1986.

Fenilanina: Encontrada no aspartame, um adoçante, substituto do açúcar e muito utilizado em refrigerantes. Existe um grupo de pessoas que sofrem da uma doença hereditária chamada fenilcetonúria (PKU, detectada no teste do pezinho). A estas pessoas falta uma enzima que é necessária para digerir a fenilalanina. Esta, como não é absorvida, passa a acumular-se no organismo até ser convertida em compostos tóxicos. Os doentes com PKU que ingerem a fenilalanina sofrem de diferentes sintomas de toxicidade, incluindo atrasos mentais especialmente em crianças e distúrbios intelectuais nos adultos.


 Indigotina: Corante azul anil. Provoca hiperatividade infantil, crises de asma, reações alérgicas similares à aspirina e outras intolerâncias.

Vermelho 40: Mais um derivado do petróleo. Esse é um dos corantes mais combatidos, mas ainda amplamente utilizado pela indústria alimentícia no Brasil e nos EUA, pense em tudo que é vermelho ou rosa. Na Europa deixou de ser utilizada voluntariamente quando estudos passaram a indicar os riscos para a saúde entre eles: hiperatividade, agressividade e baixo desenvolvimento cognitivo em crianças.

 E agora, o que fazer? Bem, eu sei que vai ser quase impossível evitar, a não ser que você vire a chata radical. Mas consciente do problema, você vai poder dosar e aprender a deixar na prateleira dos supermercados alguns produtos que antes você achava que não saberia viver sem. Há, para as mães empreendedoras esse é um bom filão a ser explorado, balas e pirulito feitos como nos tempos das nossas avós, bala de caramelo, côco, mel... E se alguém entrar no ramo me avise, porque produtos honestos estão quase impossíveis de se encontrar. Nossos filhos agradecem.


Fontes complementares:
http://servbib.fcfar.unesp.br/seer/index.php/alimentos/article/viewFile/865/744
http://www.idec.org.br/materia.asp?id=104
http://www.abril.com.br/noticias/ciencia-saude/gelatinas-brasileiras-tem-corante-proibido-paises-europeus-424769.shtml
http://www.velhosamigos.com.br/Autores/Teixeira/teixeira12.html


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Goma Base: Ela é a matéria-prima de todos os chicletes. Ela é feita de: borracha sintética e parafina (ambas derivadas do petróleo), substâncias emulsificantes (óleos vegetais que dão liga à mistura) e antioxidantes (conservantes químicos que prolongam a duração do produto). A receita ainda leva carbonato de cálcio, uma espécie de cal tratada que serve para dar mais volume à mistura.