quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Etsy: Consumindo com elegância


O charme das bonecas de pano
Já faz tempo que decidi sobre aquilo que considero de bom gosto e elegante, ao menos no que diz respeito ao que vestimos, possuímos e ostentamos. Nunca gostei de excessos, nem de barato que imita o caro, muito menos da última moda “que está na cara que não fica bem em você”.  Tudo isso, para mim, sempre foi sinônimo de cafona. Mas eu cresci e aprendi a respeitar. Hoje, elegante são aqueles confortáveis com a própria pele.
Entretanto sempre admirei a originalidade no ser e no criar. Adoro descobrir um designer, artesão ou artista que cria algo diferente em uma loja descolada ou feirinha. Admiro a galerinha “hippie”, que cria verdadeiras jóias. O trabalho de ceramistas. Novos estilistas e suas peças originais.  Enfim, curto o feito à mão, o único e o criativo. Infelizmente, cada vez mais o nosso comércio está sendo invadidas por imitações baratas e muito plástico. Aquilo que chega as nossas mãos muitas vezes são fruto do trabalho semi escravo e da degradação ambiental. E o verdadeiro criador nesse contexto vai sendo desvalorizado. Parece até que a única coisa que importa para o consumidor é o preço. Mesmo que o barato saia caro, já que muito do que se encontra nessa linha não dura quase nada e vira lixo rapidinho.
É por isso que eu considero o site de compras Etsy.com uma idéia incrível. Para quem não conhece, o Etsy é um mercado livre para artesões, designers e artistas do mundo inteiro. Imagina quantas coisas bacanas é possível encontrar nessa grande feira online. Mas acima de tudo o que me empolga é a possibilidade de uma nova consciência em se tratando de consumo. Por isso, resolvi traduzir aqui o editorial “manifesto” do Etsy. E que sirva de inspiração para todos os criadores e consumidores.
“Somos os antropologistas do comércio. Somos curiosos e queremos saber sobre as pessoas, o que elas fazem, trocam e consomem. Acreditamos que olhando para as coisas que importam nas nossas vidas, somos capazes de entender o que nos move como seres humanos.
No mundo todo está surgindo a necessidade de se saber a história por trás daquilo que consumimos – quem fez, como, que caminho percorreu até nos? Nós estamos aqui para contar essa história, para apresentar a vocês a história de artesões, artistas, colecionadores e seus produtos.
O famoso designer de tecidos, o inglês William Morris, uma vez disse que ‘você não deve ter nada na sua casa que não seja útil ou acredite ser realmente belo’. E assim como vocês, nós estamos cansados da artificialidade e feiura da maioria dos produtos por aí. Nosso objetivo é inspirar com o criativo, durável, vanguardista, confortável, provocativo e adorável.
A nossa missão é relatar sobre aquilo que importa para os membros da Etsy. Incentivar os pequenos produtores, negócios e artistas. A boa alimentação. E a sustentabilidade. Juntos nós vamos nós vamos definir o que significa viver a vida ‘feita à mão’ e como as ‘coisas’ se relacionam com o nosso bem estar comum.
O Etsy é um belo experimento que visa trazer de volta a comunidade e a cultura para aquilo que consumimos. Nós mergulhamos nas profundezas do mercado e retornamos com aquilo que está emergindo. Nós sabemos que ‘mercados são conversas’ e nos queremos que vocês conversem com a gente.”
Equipe Etsy
Algumas idéias do que você vai encontrar por lá, tudo feito à mão...

Lindas blusas pintadas à mão
Adoráveis sapatinhos de tecido
Sabonete artesanal de leite de cabra, aveia e mel

Belos pingentes
Porta retratos lindos como esse
Esse jogo de memória inesquecível

Canecas de cerâmica pra lá de originais

Sapatinhos de crochê que são um sonho
E que tal o seu baixinho com uma blusa de dino como essa?

Se você gostou desse post, você também vai gostar de:  
Eu, meus filhos e os brinquedos
Patimaria: Moda sustentável
FVM: Jogo de boliche reciclado

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

FVM: Garrafas decoradas com linha

Adooooro vidro! Acredito que ter um vaso de cristal não faz mal a ninguém, de preferência sempre cheio de flores. Mas todas aquelas garrafas ordinárias de vidro que jogamos no lixo diariamente também têm sua beleza e podem virar lindas garrafas decorativas. Eu acredito piamente que não é necessário ter muito dinheiro para deixar a sua casa charmosa, basta um pouco de criatividade.

Para esse FVM você só vai precisar: garrafas variadas como de cerveja, vinho, azeite e pimenta. Linhas de crochê coloridas. Qualquer tipo de cola, que serve para manter a linha no lugar, basta um pingo por giro.  E mãos a obra. Se você se aventurar com esse post, adoraria ver o resultado.


Dica1: A parte mais chata desse FVM e tirar os rótulos das garrafas. A melhor técnica é deixa-las de molho em um balde por pelo menos 2 horas e depois raspar com uma faca.

Dica2: Fica lindo como centro das mesas de uma festinha descolada. 


Se você gostou desse post, você também vai gostar de:

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Carrinho: o melhor exercício pós gravidez

Finalmente vou escrever sobre um assunto pelo qual todas nós somos obcecadas, a nossa forma física. E de quebra lembrar que certas atitudes refletem no nosso bem estar social e consequentemente na nossa saúde. Seja você fofa, malhada, magra ou gorda, uma coisa é certa, você não quer saber de piorar as coisas para o seu lado. Entretanto, entre todas as mudanças corporais pelas quais uma mulher pode passar, a gravidez é provavelmente uma das mais intensas e dramáticas.

O envelhecimento também prega peças, mas ele chega devagarzinho, você tem tempo de se acostumar com uma ruga aqui, uma flacidez ali. A gravidez não. Em nove meses você vira um balão inflado a sua capacidade máxima e depois desinfla. Pegue uma bexiga nova e faça a experiência, ela nunca vai ser a mesma, dependendo da qualidade da borracha ela quase volta à forma original, mas quase. Com você vai ser assim também.

Durante todo o período da gravidez toda mulher se promete entrar em forma rapidinho, nem que tenha que se matricular pela primeira vez em uma academia. Doce ilusão, se você não fez isso até agora, não vai ser com um bebê em casa que essa façanha vai acontecer. O meu melhor conselho é: vá de carrinho para todos os lados.

Empurrando o carrinho

Eu sempre digo que se você tiver que investir em um único item bacana para o seu bebê, um carrinho de primeira está no topo da lista. Cadeira de amamentação, trocador, andador, cadeirinha bouncer, esterilizador de mamadeira, entre outros apetrechos, para mim são completamente desnecessários. Já um bom carrinho pode fazer maravilhas por você e para o seu bebê.

Primeiro você deve esquecer o seu carro na garagem. Vá ao supermercado, feira, banco, praia, casa da mãe ou da amiga sempre de carrinho e você vai ver os seus quilinhos sumirem gradualmente, numa boa, sem stress.  O mais legal é que uma nova consciência urbana vai despertar e o seu bebê vai adorar.

No Brasil, me parece que quem anda na rua deliberadamente - não no calçadão da praia nos finais de semana - é porque não tem carro, e se não tem carro, é pobre. O pior, esse comportamento se intesifica nas cidades do interior. Querida, acho que já está na hora da gente começar a deixar esses preconceitos de lado e se abrir para um novo estilo de vida, mais saudável para todo mundo. Por que a gente adora ir para Amsterdã, Paris, Barcelona, Nova York e ver tanta gente bonita passeando pelas ruas? É uma questão de bom senso.  

Vamos supor que o seu banco fique a quinze quarteirões da sua casa. Programada como toda boa mulher moderna, você tira o carro da garagem e demora uns 15 minutos para chegar até o banco: trânsito, farol, mão única. Demora mais uns 5 para achar um lugar para estacionar ou paga o estacionamento. Tira o bebê do carro, instala o bebê no carrinho ou carrega ele no colo. Faz o que tem que fazer e volta para o carro e para o trânsito. Você queria ter parado na padaria, mas achar lugar para estacionar e tirar o bebê do carro tudo de novo não ia ser uma boa idéia, então você conta com a boa vontade do maridão para trazer os frios e o pão para casa depois do trabalho. Se você for uma pessoa zen, o nível de estress pode ser pequeno, mas dependendo do calor e dos contratempos de percurso, essa simples rotina pode chegar a um nível de estress indesejável. Agora vamos colocar o carrinho e o corpinho para trabalhar.

Vista o seu bebê com aquela roupinha fofa que ninguém viu ainda. Coloque um sapato confortável e um belo óculos escuro. Encha uma garrafinha de água gelada, pegue a bolsa (nunca esqueça uma troca de roupinhas e fralda, os bebês adoram pregar peças na gente) e se jogue na calçada. Em menos de vinte minutos você já vai estar no banco e ter feito o necessário. No caminho de volta para a casa você vai poder parar na padaria, passar naquela boutique nova, reparar na arquitetura do seu bairro e sorrir para desconhecidos encantados com o seu bebezinho que de tão alerta e curioso na ida, caiu no sono na volta. Ao chegar em casa você vai estar se sentindo bem por ter batido pernas e satisfeita. E se for um dia de sorte o seu bebê vai dormir uns quinze minutos extras. Com esses quarenta minutos de caminhada você vai queimar cerca de 350 calorias (100 dirigindo o carro) e enrijecer os músculos. Vai deixar de emitir o indesejável monóxido de carbono na atmosfera, economizar gasolina e ampliar os sentidos do seu pimpolho.

É verdade, seria lindo se tudo fosse tão perfeito assim. Têm coisas que vão te indignar nesse passeio, eu sei bem. Os carros que parecem aceleram quando você esta prestes a atravessar a rua. A criança que vai jogar o pacote de biscoito no chão bem na sua frente. O trecho de calçada esburacada que vai te fazer pensar que deveria ter investido em um carrinho off-road. Ver aquela casa do começo do século vinte ser demolida para dar lugar a mais um estacionamento. E que delícia seria se a praça que fica no meio do caminho tivesse bancos decentes, a gangorra não estivesse quebrada e o balanço enferrujado. 

De uma maneira ou de outra, caminhar vai fazer você repensar alguns conceitos. E quem sabe, quando você tiver que pegar o carro para ir a um lugar bem longe, seja mais educada com os pedestres. Escreva uma cartinha para a prefeitura exigindo mais áreas de lazer e recreação para as crianças do bairro. E que tal sugerir também a implantação de mais lixeiras ou até mesmo uma campanha para educar as crianças e assim educar os pais a jogar o lixo no lixo, ou melhor ainda, a reciclar. Afinal, você paga impostos e não sabe o que eles estão fazendo com tanto dinheiro recolhido.

E quem sabe um dia tudo aquilo que a gente inveja e admira no primeiro mundo não faça parte do nosso mundo também. São os cidadãos que fazem uma cidade. E é verdade, você vai mudar: vai ficar mais magra, mais consciente, mais ativa, mais chic e mais feliz.

Nota: E a segurança?

Sobre esse assunto eu vou citar a minha irmã, que é assistente social e tem mestrado em planejamento urbano. Ela sempre diz que "quanto mais gente na rua, mais seguro". Quando nos excluímos do espaço público (ruas, praças, parques) por motivo de segurança e aí que a violência se prolifera. Quem pode, fica atrás dos muros (apartamento, condomínio, carro, shopping). E quem não pode, fica na rua. Sem pessoas com recursos para reivindicar melhorias do espaço público ele decai. Crias-se o medo, a exclusão, a divisão de classes. Enfim, a receita perfeita para a violência.   

Se você gostou desse post, você também vai gostar de:
Reflexões sobre a amamentação e outras peripécias
12 resoluções para 2012

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Consciente coletivo: episódio 6: energia

O que aconteceria se derrepente tudo pifasse? Nada de televisão, geladeira, celular e computador. Será que você sobreviveria? Seria capaz de se alimentar, funcionar? Somos tão dependentes das tecnologias de conveniência, que um mundo sem energia elétrica, seria literalmente o mundo das trevas. Afinal, comida vem do supermercado e relações pessoais do celular e do computador. No entanto, para mantermos nossos níveis atuais de consumo de energia muita coisa tem que ser revista na maneira como usamos esse precioso recurso. Um único planeta terra não é capaz de suprir a demanda crescente de 7 bilhões  de pessoas. Opte por recursos renováveis e evite o desperdício, só assim será possível mantermos um nível de vida digno nas próximas décadas. Olha que legal, nos EUA, já existe uma lavanderia onde as pessoas pedalam para mover as máquinas de lavar e secadoras, que são então movidas a energia humana. Em vez de ficar esperando a “laundry” de papo pro ar, a idéia incentiva o exercício físico e economiza energia. 2 em 1, lavanderia e academia em um só lugar.


Aproveita e assista os 5 primeiros episódios, as crianças adoram:

Episódio 5: residuos: http://mhcmc.blogspot.com/2011/12/consciente-coletivo-episodio-5-energia.html
Episódio 4: água: http://mhcmc.blogspot.com/2011/12/consciente-coletivo-episodio-4-agua.html
Episódio 3: ciclo do papel: http://mhcmc.blogspot.com/2011/12/consciente-coletivo-episodio-3-ciclo-do.html
Episódio 2: efeito estufa: http://mhcmc.blogspot.com/2011/12/consciente-coletivo-efeito-estufa.html
Episódio 1: consumo: http://mhcmc.blogspot.com/2011/12/consciente-coletivo-consumo-episodio-1.html