sábado, 22 de outubro de 2011

MHCMC x Claudia e Fatos que devemos saber sobre o mundo hoje


Chegamos ao ponto de transição. Se não mudarmos nossas atitudes perante o consumo, estilo de vida e modo de produção, o mundo que conhecemos hoje, que já mostra sinais de desgastado e abatido, vai ser um lugar muito difícil para nossos filhos viverem.

(intromissão)

Havia acabado de escrever a profética frase acima quando meus filhos me tiraram do meu transe jornalístico para ir ao SESC. Depois de visitar uma exposição bacana, brincar no parquinho e assistir um show de tango, algo dourado reluziu na minha frente. Era a Claudia, desse mês de outubro, comemorando os 50 anos da revista. Foi como ouro, tive que folhear. Uma matéria ganhou minha atenção, ela vislumbrava o mundo daqui a 50 anos, o mundo da mulher Claudia: resolvida, poderosa, cheia de saúde e feliz. O golpe da ironia me atingiu. Se a Claudia estava dizendo que tudo vai ser assim tão “máster super”, como eu, a mera JM para MHCMC, poderia continuar com o meu prognóstico infeliz?

Pois bem, resolvi mudar minha atitude mental. Não quero imaginar o mundo da minha filha “senhora madura” difícil de viver, quero que ela viva no mundo da Claudia, bem mais legal onde: Home office vai ser a regra. Classe C vai ditar tendências. A mulher vai ter mais participação política. Ser bissexual não vai ser mais tabu.  A mulher madura vai ser inspiração para as mais jovens. Geladeiras vão ser sustentáveis, te avisam quando faltar alguma coisa. Tecidos serão autolimpantes. Mais opções de tamanho além do P, M, G. Os cremes terão resultados mais rápidos. O desconforto pós cirurgia plástica vai ser bem menor. As TVs serão mais leves e flexíveis. Gestantes poderão ter um aparelho de ultrassom portátil e mostrar o bebê para todo mundo... Enfim, acho que os experts em tendências e especialistas em beleza, saúde, moda e consumo consultados pela Claudia são ponta firme e sabem do que estão falando.
  
Porém, alguém vai ter que fazer alguns ajustezinhos básicos aqui e agora, senão a Claudia vai ter que ser despachada para outro planeta, mais em sintonia com seu estilo de vida. E eu, uma mera mortal, se viver até a minha oitava década, vou ter que chorar as mágoas com o Wall.E (se é que você me entende).

Alguns fatos do mundo hoje (que precisam ser ajustados):

- 7 milhões de toneladas de lixo são jogadas no mar anualmente. (Onde você acha que vai parar todos os copinhos, isopor, canudinhos  que usamos?).  

- Existem 46 mil pedaços de plástico por metro quadrado de oceano. Só no Oceano Pacífico existe uma área do tamanho de duas Alemanhas completamente coberta de plástico.

-  1,5 milhões de animais marinhos morrem anualmente vitimas do lixo de forma direta. Muito mais morrem de fome devido a destruição dos ecossistemas. E muitas espécies tiveram sua capacidade reprodutiva afetada por causa da poluição.

- 40% da vida marinha foi destruída nos últimos 25 anos.  

- As cidades ocupam 2% da superfície terrestre, mas o estilo de vida por ela imposto faz com que o impacto humano seja sentido em 85% da superfície do planeta.

- Nos últimos 30 anos, consumimos 1/3 dos recursos naturais da Terra. (Será que vai sobrar alguma coisa daqui a 50 anos?).

- Na floresta amazônica, 2 mil árvores são cortadas por minuto. (Já comecei a chorar). 

- Nós precisaríamos dos recursos naturais de 3 a 5 planetas para que o restante do mundo consuma como os norte-americanos. (Não é isso que a China, a Índia e o Brasil almejam? Consumir não é igual a qualidade de vida. Educação sim).

- Os EUA correspondem a 5% da população mundial, mas consomem 30% de todos os recursos.

- Mais de 80 mil substâncias químicas sintéticas são usadas no mercado. A grande maioria são tóxicas, desreguladoras do sistema endócrino, do sistema reprodutivo e cancerígenas.

- A camada de ozônio (O3) continua crescendo em consequência da atividade humana. Hoje, o buraco está do tamanho dos Estados Unidos. Mas isso pode ser revertido. Sem a camada de ozônio filtrando os raios do sol, a vida aqui na terra seria impossível. (Evite usar produtos em aerosóis como desodorantes, sprays de cabelo e de limpeza, o CFC encontrados nesses produtos é um dos principais agressores ao O3). 

- Cerca de 500 substâncias químicas, como agrotóxicos, pesticidas e fertilizantes, são utilizados na indústria agropecuária. Essa pratica contribui diretamente para a diminuição do ozônio na estratosfera. (Opte pelos orgânicos).

- Diariamente são consumidas 60 milhões de garrafas plásticas. (Leve sempre a sua de vidro ou aço inoxidável).

 - São necessárias 500 mil árvores para se produzir o New York Times de um único domingo. (Economize papel de todas as maneiras possíveis. Use até o último espaço, frente e verso, opte pelos reciclados. Faça seus livros circularem, freqüente a biblioteca municipal. Reutilize papel de presente...)

- Um bebê gasta em média 3.800 fraldas em 2 anos e meio de vida (4 fraldas por dia). Só nos EUA 18 bilhões de fraldas são descartadas por ano. (Para quem usa fralda de pano, meu respeito e admiração).  

Tem mais, muito mais, mas eu acho que o citado acima dá um panorama da situação em que nós metemos. Seria muito legal se todas vocês refletissem e dividissem idéias de como poderíamos diminuir o impacto humano sobre sobre o planeta Terra. Adoraria saber o que você acha e se já faz alguma coisa nesse sentido. Eu acredito que toda e qualquer atitude é valida, desde deixar de comprar uma garrafinha de água, ou assinar um abaixo assinado a plantar 100 árvores e abolir o uso de isopores e sacos plásticos no seu estabelecimento comercial.  

Um dos itens da Claudia que eu achei pertinente é o que diz: “As meninas de hoje, serão mulheres que cuidarão da natureza no piloto automático”. Essa mulher tem que existir hoje.     

Fontes:
“Planet Hero – 365 Ways to Save the Earth”, por Lauren Wechster Horn

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2 comentários:

  1. O paradigma que temos que mudar é: crescimento econômico não é e nunca vai ser igual a evolução da humanidade... crescimento econômico = consumo = destruição do planeta... evolução = integração com a natureza = sustentabilidade = consumir apenas o necessário e quando necessário = igualdade entre todos os seres que aqui habitam...

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