quinta-feira, 16 de agosto de 2012

FVM: Cadeira nova por R$10

Eu sempre fui da filosofia de reaproveitar tudo que temos. REDUZIR, REUTILIZAR e RECICLAR. Não que não seja gostoso ter coisas novas, mudar a cara de um lugar ou a nossa própria. Mas faz tempo que eu aprendi que absolutamente tudo que a gente consome tem um preço, não só o da etiqueta, mas um preço para o nosso planeta e para nossos ecossistemas. Do carrinho hot wheels, ao sabão em pó, do sanduiche do Mc ao caderninho de desenho, tudo compreende extração de recursos naturais, poluição da água, do ar e do solo, desmatamento, extinção*. Por isso eu sempre prefiro dar vida longa ao que já existe, como nos velhos tempos.
Estava precisando de uma cadeira extra aqui em casa. Sem prospectos de alguma doação por parte dos amigos e familiares cheguei a dar uma olhada na Tok Stock e Etna, muita coisa bacana, tudo pra mais de R$110, fora preço que não tem preço. Então resolvi dar uma olhada em um brechó de um asilo de velhinhos.Para minha felicidade tinha várias cadeiras de madeira por R$10, todas firmes e fortes, só desgastadas. Essa me encantou. Poderia ter deixado do jeito original, mas como tinha uma lata de tinta preta de chão a base de água (menos tóxica) dando sopa, resolvi deixá-la como nova.  Quem adorou a brincadeira foi meu assistente.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Bob Kennedy e o verdadeiro significado do crescimento econômico

Ultimamente eu venho pensando no significado de todo esse boom econômico que dizem estar acontecendo no Brasil. A classe C agora consome e sendo ela uma grossa camada da nossa pirâmide social, me parece que os nossos índices econômicos subiram as alturas. E com isso a classe A, a detentora dos bens de produção, engorda as contas e gera mais emprego para a classe C, mesmo que o emprego seja fabricar agrotóxico, canudinho plástico ou purê de batata em pó.  Eu sei que a dinâmica é mais complexa, mas a grosso modo é isso que todo economês com índices e cifras demonstra. A classe B, nessa balança de extremos, ou perde a classe sendo rebaixada, ou, como em um conto de fadas de histórias registradas em revistas como Exame e Isto É Dinheiro, sobe para a primeira divisão. Quem permanece na B, abre uma lojinha de roupas ou sapato para a mulher, afinal alguém tem que ajudar com a renda familiar, mesmo que o investimento seja arriscado.
Mas ai eu vejo a realidade a minha volta e não entendo nada por o caos só me parece se intensificar.   
Por exemplo:
Enquanto a Associação do Comercio da cidade onde moro vibra com o aumento de 15% nas vendas de carro 0km na cidade. Eu considero esse dado terrível.  Para mim se traduz em mais trânsito, mais poluição, menos gente andando a pé ou de transporte público, mais gente gorda, mais dinheiro gasto com gasolina ou álcool, o que se traduz em mais poluição e menos sustentabilidade, enfim, não tem nada bom. Tá bom, carro é sinônimo de independência, de viagens, de diversão, concordo, mas segundo o mesmo órgão na cidade hoje existem 1 carro para cada pessoa e meia, péssimo. Um carro por família já estaria mais que bom.  
Cadê a educação? As escolas públicas estão falidas e acabadas, as privadas são na maioria bem mais ou menos, no Brasil adoramos nivelar tudo por baixo, bem baixo mesmo, por que será? Só as mensalidades que são lá em cima. Minha filha outro dia chegou em casa e perguntou: Mãe, porque todo mundo acha que cuidar da natureza é só jogar o lixo no lixo? PREGUIÇA, DESINTERESSE, DESINFORMAÇÃO, NÃO DÁ DINHEIRO, BURRICE... É esse o nível das aulas de meio ambiente das escolas.
...
Recentemente eu me deparei com um livro muito bacana nas livrarias chamado "A Felicidade"*, idealizado pelos italianos Domenico De Masi e Oliviero Toscani. Para quem não sabe eles são os caras por trás da marca Benetton e suas campanhas publicitárias provocativas e inusitadas, que desde a adolescência admiro muito. O livro é uma coletânea de dizeres e ensaios filosóficos de todos os grandes pensadores da Grécia antiga a modernidade que analisa o que leva o homem a ser feliz... Deverás interessante.
Entre as várias citações do livro, uma em especial me chamou a atenção, uma carta escrita pelo ex-senador americano Robert F. Kennedy**, há mais de 40 anos. Nela, ele disserta sobre o verdadeiro significado do crescimento econômico americano, que no linguajar econômico se traduz por PIB (Produto Interno Bruto). A carta caiu como uma luva para dar início a uma nova sessão sobre ECONÔMIA no manual. E traduz exatamente aquilo que eu penso sobre o suposto crescimento econômico brasileiro:
“Sejamos claros desde o início: não encontraremos nenhum propósito para a nação e nem nossa satisfação pessoal na mera corrida pelo progresso econômico, na infindável acumulação por bens materiais. Não podemos medir o espírito nacional com base no índice Dow Jones, nem os sucessos com base no PIB.
O PIB compreende a poluição do ar e a publicidade de cigarros. Inclui na conta as fechaduras especiais com que trancamos nossas casas e as prisões para aqueles que as arrombam. O PIB compreende a destruição de nossas matas e a morte de nossos lagos.
O PIB cresce com a produção de mísseis, de ogivas nucleares e a disseminação de doenças. O nosso PIB se infla com os equipamentos que a polícia usa para reprimir as manifestações populares. Compreende o fuzil Whitman e a faca Speck. A transmissão de programas de televisão que celebram a violência para vender mercadorias as nossas crianças.
O nosso PIB compreende tudo isso. Mas não leva em conta o estado de saúde de nossas famílias, a qualidade de sua educação ou a alegria de seus momentos de lazer. É indiferente em relação à decência de nossas fabricas e a segurança de nossas estradas.
Não compreende a beleza de nossa poesia, a solidez de nossos casamentos, a inteligência de nossas discussões ou a honestidade de muitas pessoas. Não leva em conta a justeza das relações.
O nosso PIB não mede nossa coragem, nossa sabedoria, nem nosso conhecimento, nossa compaixão, nem nossa devoção ao país.
Em poucas palavras. Mede tudo. Exceto aquilo que torna a vida digna de ser vivida.”
Bob Kennedy  
* “A Felicidade” (Editora Globo, 132 páginas, R$ 44,90)
** Irmão mais novo do ex-presidente  americano John F. Kennedy, foi Ministro da Justiça americana e Senador por Nova York. Contribuiu ativamente para a conquista dos direitos civis do afro-americanos. Morreu como o irmão, assassinado em 1968, por não se vender a classe suja da política.

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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Marcha pela humanização do parto

Felizmente a resoluções do CREMERJ (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro) publicadas no dia 19 de julho, que veta a participação de médicos obstetras em partos em casa e proíbe a presença de doulas, obstetrizes e parteiras em partos hospitalares, foram suspensas no dia 30 de julho, até a decisão final.
Inacreditável imaginar que um órgão de medicina seja tão insensato e mesquinho. Dá para ver nas mãos de quem a gente coloca as nossas vidas e as vidas de nossos filhos. Ainda bem que existem pessoas de bom senso e medidas inteligentes foram tomadas para evitar esse absurdo. Mas isso em primeira instância. Precisamos unir forças e reivindicar o direito de toda mulher de escolher como, com quem e onde ter seus filhos.
No domingo, dia 05 de agosto, acontecerá uma marcha pela Humanização do Parto em algumas cidades brasileiras, sendo a concentração maior no Rio de Janeiro, Ipanema, posto 9, às 14h.



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terça-feira, 17 de julho de 2012

MHCMC e Greenpeace juntos pelo desmatamento zero

Desde pequena eu admiro o Greenpeace. Nas minhas fantasias da adolescência eu sempre me imaginava uma super ativista salvando baleias e barrando construções de usinas nucleares. Nunca cheguei lá. No entanto, me orgulho de que uma das primeiras matérias que eu publiquei no jornal Folha de S. Paulo, em 1999, foi sobre uma brasileira que fazia parte da tripulação do barco Rainbow Warrior do Greenpeace, intitulada “A guerreira do arco-íris”.

E se como ativista eu nunca peguei no pesado, ao menos eu tenho a consciência de que toda e qualquer ação minha nesse planeta tem um impacto e cabe a mim escolher. Por isso, sou e sempre serei uma ativista de coração.   

Na minha singela opinião, nenhum ser humano em sã consciência é capaz de ser conivente, ou de não se indignar com o que estão fazendo com nossas florestas. Com o conhecimento que se tem hoje, nem mais uma árvore deveria ser cortada e ponto. No entanto, não há o que o dinheiro não compre ou não seja capaz de pagar, infelizmente. Até a renomada revista Veja se coloca a mercê dos lobistas (afinal quem é que paga as contas?) e só esse ano publicou uma série de matérias caqueticas em favor da construção da Belo Monte e dos agrotóxicos, por exemplo. 

Já o novo Código Florestal simplesmente liberou tudo, pode cortar e plantar feijão, milho e soja transgênica que ninguém vai se incomodar. Afinal, o Brasil é o celeiro do mundo, como apregoa a ignorância ruralista. A questão dos transgênicos é grave e a opinião pública não tem noção dos fatos. A ganância faz o homem contaminar a próprio alimento e toda a cadeia alimentar (em breve vou escrever uma boa história sobre o assunto, está na incubadora).

Tem que haver um breque para tudo isso. Segundo as organizações americanas Defenders of Wildlife e National Wildlife Federation, o ritmo em que espécies de animais e plantas estão sendo extintos é chocante. “Por hora uma espécie de animal ou vegetal é extinta” (DW).  Não precisa ser gênio para se ligar que nós, com tanta inteligência e tecnologia, já entramos na fila.  

Nossas crianças não vieram a esse mundo para terem problemas respiratórios, diabetes, problemas de estômago, uma infecção atrás da outra, câncer, obesidade, apatia, falta de energia ou excesso dela. Muitas são incapazes de correr dois quarteirões, não sabem subir em uma árvore ou nunca fizeram uma trilha na mata. A vida consiste, no final do dia escolar, onde se aprende muita coisa inútil, a colocar um pijaminha do Ben 10 e vislumbrar a tela da TV ou do computador. Essa é uma geração que está sendo dopada com antibióticos, xaropes, remédios neurológicos e o diabo a quatro. Por que será que existe uma farmácia em cada esquina?

Não, não. A vida é curta demais e deve ser vivida. Toda essa ladainha de desenvolvimento econômico só tolhe e coloca redeas nas pessoas e no verdadeiro significado de vida. Desenvolvimento esse que destrói, polui e mata. Tudo isso para vender milho transgênico, debulhado no pratinho de isopor, servido com a colher plástica e acompanhado de um inocente refri, com dois canudos, por favor.
Gente, está na hora de acordar, abrir bem os olhos e o coração. Está todo mundo vagando por ai a mercê de qualquer publicidade que vai te vender mais alguma tranqueira na ilusão da felicidade. Experimente agir, se informar e mudar de verdade. Garanto que a satisfação vai ser imensa.

Desde que comecei a escrever esse blog, há 8 meses atrás eu não tinha noção que me tornaria uma espécie de cyberativista, quem sabe não é meu sonho se tornando realidade no conforto da minha cadeira. Na verdade não sou tão sossegada assim não, existe muita ação no meu mundinho, só queria muito encontrar mais gente nessa mesma onda por ai...

ASSINEM A PETIÇÃO ABAIXO:

quarta-feira, 11 de julho de 2012

FVM: Pitanga e pet: Lembrancinha sustentável

Algumas semanas atrás, comemoramos o aniversário de 3 anos do meu filho em um buffet infantil tradicional. O que significa muitos refrigerantes, utensílios descartáveis, balas e chicletes cheios de corantes e no final da festa uma das opções obvias de lembrancinha que a gente não sabe mais onde enfiar: garrafinha de água, brinquedinhos sortidos que quebram no minuto seguinte ou, para ser curta e grossa, qualquer tranqueira que se encontra numa loja de 1,99.
Pois bem, isso tudo para mim era inaceitável, se não faz parte da minha vida, não faria parte do aniversário do meu filho. Então tratei de alugar os talheres, pratinhos de cerâmica e copos de aço inox para as crianças para serem servidos os sucos naturais de maracujá e uva orgânicos. Dispensei os saquinhos com balas e chicletes e passei a noite assando cookies de aveia e chocolate chips também feitos com ingredientes orgânicos, que foram o maior sucesso (esqueci de fotografar, ups). E fiz questão de retribuir a presença de todos os seus amiguinhos da escolinha com algo que eu considero ter valor inestimável: uma árvore.
Pedi para o buffet me doar algumas garrafas de refrigerante, ironicamente elas não ficaram fora da festa, e as reutilizei como vasinhos para as mudinhas de pitanga que pipocaram em praticamente em todos os vasos do meu quintal. Nesse último verão consumimos pitanga como nunca. Descobrimos algumas árvores em uma praça perto de casa e regularmente íamos lá nos abastecer. As sementes eram jogadas aleatoriamente nos vasos e quando menos esperávamos tínhamos mais de 160 mudinhas. Temos mudas de mangueira, abacateiro, lichia, laranjeira, jabuticabeira tudo resultado de sementes que foram despretensiosamente colocados na terra de outros vasos e brotaram. Adoro.  Quero muito ter uma chácara para plantar todas essas árvores e saber que elas foram meus bebês... Está na minha listinha de sonhos.
Para completar a lembrancinha fiz um bilhetinho de agradecimento que tinha todas as informações sobre a pitangueira, uma árvore nativa da nossa Mata Atlântica, e cuidados para cultivá-la. Se cada amiguinho fizer sua mudinha vingar, o que não é difícil, em menos de 3 anos, quando eles próprios tiverem apenas 6 anos, teremos 20 árvores a mais nesse mundo, produzindo pitangas docinhas, cheias de vitamina C e cálcio. Bingo. Impossível existir lembrança melhor nesse mundo.





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sábado, 2 de junho de 2012

Dive: Do lixo para o prato, um novo estilo de vida de americanos descolados. (vídeo)

Todos os anos são jogados no lixo mais de 43 bilhões de quilos de comida, só nos Estados Unidos. E no mundo 850 milhões de pessoas passam fome. "Dumpsters Divers" é um movimento de pessoas que se recusam a fazer parte desse sistema de desperdício em prol do lucro. Eles literalmente caçam comida jogada nas caçambas (lixo) dos supermercados em busca da próxima refeição. Na verdade, muitos conseguem abastecer a dispensa por um mês inteiro. Essas pessoas vêm dos backgrouds mais variados, que não se atiram no lixo por necessidade, mas por ideal.  
O trailler abaixo é de "Dive" (2009), um documentário que retrata esse estilo de vida e foi premiado em mais de 21 festivais de cinema ao redor do mundo. Vale pena assistir. Sem legendas.


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quinta-feira, 17 de maio de 2012

SOS: Diga não a extração de petróleo

Em novembro de 2011 eu escrevi um post intitulado "SOS litoral brasileiro, uma mãe pede atenção", sobre o vazamento de óleo no litoral carioca causado pela extração da Chevron.  Depois disso outros aconteceram em menor escala. E hoje mais um, dessa vez sob a bandeira da Petrobrás, está acontecendo na bacia da Jubarte no litoral do Espírito Santo, a quarta maior bacia de óleo no Brasil. Ninguém sabe ao certo a extensão dos estragos e quando vai ser controlado. A marinha brasileira está fazendo a investigação. Entretanto, é óbvio é que essa insanidade deve parar, e agora.
O homem não tem o direito de alterar e sugar a crosta terrestre dessa maneira e causar tantos estragos ambientais. E  não precisa ser nenhum geólogo para prever os terremotos que se seguiram. Não dá para extrair o óleo que amortece as placas tectônicas e tudo ficar na mesma. E pra que mesmo? Mais uma embalagem plástica, um chicletinho de menta, produzir cremes sem finalidade, combustível pro carrinho da senhora que não agüenta andar dois quarteirões...
É uma vergonha depositar todas as fichas do desenvolvimento do Brasil no petróleo. Vamos é acabar no breu e doentes. Sabe quais são os países mais poluídos do mundo? Sim, são os que extraem petróleo lá no oriente médio.
A energia solar e a eólica estão ai a disposição de todos e não é nada cara não como adoram apregoar o lobby do petróleo. Caro é o extrago que essa indústria causa. Eles detem os meios e não querem perder as rédeas da situação. Quando todo mundo se ligar que ter placas solares é super simples e até caseiro e do sol ninguém é dono, os donos do mundo vão perder o chão. Já tem gente colocando isso a prova e só dar um google em "solar energy" e você vai ver muita gente que já saiu desse sistema arcaico que nos amarra e emburrece.
Os brasileiros deveriam parar de ficar com os braços cruzados e ir a luta. E aqui estão algumas imagens de protesto contra a extração de petróleo ao redor do mundo. Que sirva de inspiração. 
Protestantes se reunem contra a extração de petróleo no Ártico

Protestantes na Nova Zelândia
Manifestantes contra a BP em Chicago. A BP foi responsável pelo o gigantesco derramento de petróleo
no Golfo do México em 2009,que causou um desastre ambiental incalculável.
Ainda hoje  milhares de pessoas sofrem com problemas de saúde e com 
 perda de negócios como pesca e turismo em decorrência do vazamento.
Nessa ocasião, mais de 10 mil pessoas se reuniram no litoral da Flórida para protestar contra a extração do petróleo.
"Hands Across the Sand"



Manifestantes em frente as Nações Unidas

Protesto no Mar Báltico

Manifestantes no Rio de Janeiro. Pelo menos temos trêss pessoas fazendo alguma coisa... proteste.

"Somos parte da Terra e, do mesmo modo, ela é parte de nós. Tudo o que acontecer à Terra, acontecerá aos filhos da Terra (...) O homem não teceu a rede da vida, ele é só um dos seus fios. Aquilo que ele fizer à rede da vida, ele o faz a si próprio. Tudo está ligado." Chefe Seattle, índio norte-americano, 1854

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SOS litoral brasileiro, uma mãe pede atenção
MHCMC x Claudia e Fatos que devemos saber sobre o mundo hoje
SOS: Quero respirar...

quinta-feira, 10 de maio de 2012

FVM: Bloquinhos de papel reutilizado

Aqui em casa é assim, todo papel tem que ser utilizado ao máximo. Impressão sempre dos dois lados. Desenhos item, qualquer mãe sabe como esses bichinhos gostam de rabiscar, pintar e desenhar. Os trabalhos escolares que vem para casa também voltam ao uso, já que se eu vou ter que guardar um papel rabiscado por um menino de dois anos, que seja em sua totalidade. Reutilizo papéis de presente, acho que nunca comprei uma embalagem de presente na vida. E faço meus filhos reutilizarem os cadernos escolares não terminados no ano seguinte. Não sou pão dura não. Acho justo e prático. Também não tenho vergonha nenhuma, até sou convencida, tenho orgulho de mim mesma. Ah, também recuso o recibo de cartão de crédito e débito, meus extratos são todos online, nada de enviarem papel extra para minha casa. E adoraria se parassem de mandar as contas também.  Pra mim vale mais uma árvore em pé do que papel voando pelos ares ou indo para o lixo.
Comigo não dá para ser diferente. A quantidade de árvores que se corta em pró de uma indústria é estarrecedor. São necessárias 500 mil árvores para produzir o New York Times de um único domingo, ainda bem que cada vez mais estamos lendo as notícias online.  Já no quesito livros, acho que vou demorar a aderir a um “tablet”, aquela luz na cara quando se quer sossego não dá. É por isso que eu amo uma biblioteca. E meus livros têm que rodar, nada de ficarem empoeirados na estante. E se vejo um livro interessante na casa de alguém, não tenho receio nenhum em pedir emprestado, obviamente faço questão de devolver impecável. Também curto um sebo.
Sabemos que não são só essas indústrias que devoram as árvores, é só olhar em uma papelaria para se dar conta da quantidade de coisinhas que inventam: bloquinhos, caderninhos, agendinhas, tudo tão fofinho que se torna quase que irresistíveis. Mais uma vez eu faço questão de resistir, apesar de também curtir coisas bonitinhas. É por isso que vira e mexe eu faço meus próprios bloquinhos de anotação que carrego na bolsa, deixo do lado do telefone e afins. Pego tudo quando que é papel sobrando, de desenhos sem muito valor sentimental a panfletos de rua que jogam na minha porta, tudo vira bloquinho. E aqui está uma fornada de alguns para vocês. Você só precisa de um pouco de criatividade e 10 minutinhos. O meio ambiente agradece.
E por favor, faça questão de comprar papel reciclado e certificar-se de que ele é produzido com madeira de reflorestamento.
Detalhe: nenhuma revista é reciclada. Ainda não se recicla o papel “glossy” dessas publicações que tanto adoramos.  







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sexta-feira, 4 de maio de 2012

10 corporações que dominam nossas vidas












Quem diria que o dinheiro que você gasta com uma blusinha da Stella McCartney, um hidratante Kiehl´s e o leite Ninho vão parar na mesma conta, a da Nestlé.

Click na imagem acima para ver a versão grande desse mapa. Vale à pena analisar, refletir e chegar as suas próprias conclusões. Eu já cheguei as minhas...

- Mapa publicado no blog francês Convergence Alimentaire e reproduzida no site de notícias americano Huffington Post, os dois eu recomendo. 

- O mapa não reflete novas aquisições ou vendas feitas por essas empresas quase que mensalmente. Vale ressaltar que a Kraft, por exemplo, por muitos anos pertenceu a fabricante de cigarros Phillip Morris. E que a Johnson & Johnson anda de braços dados com a farmacêutica Merck.

- Corporações como essas não pensam na qualidade do produto final como o objetivo, é tudo tão impessoal. O que importa são as ações na bolsa de valores.

- O pior de tudo é que essas empresas são totalmente dependentes da indústria do petróleo, do milho e da soja (transgênicos e controlados pela Monsanto), que são as três principais matérias-primas de tudo que se vê no mapa. Consumimos um grande laboratório químico.

 - Fiquei triste de saber que a Body Shop, uma rede de produtos de beleza inglesa, que tem uma história super bacana, criada ativista Anita Roddick, também tenha acabado nas mãos da Nestlé, acho que ela não ficaria nada feliz - rest in peace.

-Há uns dez anos atrás, em um dutty free do JFK em NY, uma vendedora me disse enquanto eu olhava os batons da Clinique, "check out the L´Oréal ones, they are the same, they are the same company" ("Veja os batons da L´Oréal, eles são os mesmos, eles são da mesma empresa"). Aquilo me marcou. Para mim produtos Clinique e produtos L´Oréal tinham imagens totalmente diferentes. Nesse mapa, a Clinique ficou de fora, será que foi vendida para outro ou eles esqueceram mesmo?   

- Para muitos brasileiros esse mapa não é tão estarrecedor assim porque é o raios-X do supermercado americano. Mas infelizmente os nossos estão indo para o mesmo caminho. Outro dia vi uma senhora comprar seis saquinhos de purê de batata em pó, morri de pena e tristeza.

- Compre produtos produzidos localmente. Compre produtos que demonstrem integridade na sua origem, no seu feitio e preparo.

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quarta-feira, 4 de abril de 2012

FVM: Renove sua garrafa térmica

Depois de comprar quatro jarras de vidro para a minha cafeteira elétrica, desisti. A brincadeira já estava ficando cara demais. Até escrevi para a Arno dizendo que era um absurdo fazer uma jarra de cafeteira mais fina do que casca de ovo. Não tive resposta. Pois bem, desenterrei essa garrafa térmica com mais de 30 anos do baú. Ela era da minha mãe, que resolveu desenterrar umas caixas de mudanças e a garrafa estava prestes a ir para o lixo quando eu a salvei. Funciona? Sim. Então não pode ir para o lixo. Tentei doar, ninguém quis a coitada. Nem eu queria, só não queria jogar fora. Mas depois de desistir da elétrica, ela salvou a pátria - eu não vivo sem café. A nossa relação era para ser temporária, mas já dura quase um ano. Eu não tenho preconceito, o que vale é ser legal por dentro. Só rolava um pouquinho de constrangimento na hora de servir café para as amigas, tipo apresentar namorado feio, a gente tem que explicar as qualidades que não estão a vista. Tudo bem. Até que recentemente fui servir um cafezinho para a minha mãe e ela não acreditou no que estava vendo, ficou inconformada, até recusou o café. Preconceito. Depois disso até comecei a observar as garrafas térmicas nos supermercados, lojinha aqui, lojinha ali, mas nada me atrai, todas me parecem fadadas ao fracasso. Café gelado, só on the rocks. Até eu comprar outra cafeteira elétrica, dessa vez com jarra de aço inox, é com a minha velha garrafa térmica que eu vou ficar. Mas em homenagem a minha mãe e as futuras visitas, ela agora está vestida e apresentável.   


REDUZA  REUSE  RECICLE



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terça-feira, 3 de abril de 2012

Como se come pelo mundo

Seu eu tivesse um escola, essas imagens dos fotógrafos Peter Menzel e Faith D`Aluisio, seria o que eu colocaria na parede no hall de entrada. Eles visitaram diversas cidades ao redor do mundo registrando famílias locais, o que elas comem em uma semana e quanto gastam em dólares para sua alimentação em 7 dias. Em um piscar de olhos se tem uma aula de antropologia, sociologia, psicologia, economia, nutrição e jornalismo, todos juntos. O perfeito raio-x de uma sociedade. O perfeito exemplo do poder da imagem. E por esse motivo que essa série foi uma das coisas mais interessantes com as quais eu me deparei na internet essa última semana.

O que eu aprendi:
- Ser simples é muito mais saudável.
- O refrigerante é o primeiro alimento de laboratório que invade todas as culturas graças às arquirrivais Coca-cola e Pepsi.
- As indústrias criadas para processar e empacotar o alimentos resume o capitalismo. Sim, é verdade, gera-se mais empregos. Mas destrói-se aquilo que nos dá o alimento, a terra. Para ser ter a conveniência do alimento picado e empacotado nas prateleiras do supermercado. E por isso pagamos muito mais por ele.
- Esse alimento processado já não nutre mais, ele enche a barriga. Não morremos mais de fome, mas de doenças derivadas desse processo: câncer, problemas endócrinos, respiratórios, doenças degenerativas, obesidade, stress.
- A imagem da família Americana é a mais assustadora, o único alimento não processado são as uvas, que com certeza veio empacotada em uma bela caixa de plástico. Se o mundo todo se alimentasse como os americanos, o planeta não duraria mais 30 anos.
- Nos países do primeiro mundo paga-se mais por causa das embalagens, de 15% a 50% do custo dos produtos, que entopem os lixos, os rios e os mares.
- Já no lado oposto, a dieta do Butão me parece tão frugal e completa. Vocês sabiam que o Butão é considerado um dos países mais felizes do mundo? Como se vê, dinheiro nem sempre compra felicidade.  
- A maior riqueza que um homem pode ter é acesso a terra, a plantar e a colher. Ar, água e alimento íntegro.

Dieta rica, completa e super saudável. A produção de lixo inorgânico é mínima.
  
Você sabia que o Butão é considerado um dos países mais felizes do mundo?
Não na lista da Forbes, que mede felicidade = acúmulo de bens materiais,
mas nas análises onde felicidade = prazer na existência.
Dieta frugal e saudável. Nada de embalagens desnecessárias.

A alimentação é cara no principado de Luxemburgo. Como na maioria dos países europeus
existe um equilíbrio entre produtos industrializados e in natura

A dieta é de subsistência a base de grãos. Sim, eles poderiam ter mais se a grande maioria da
população não vivesse em campos de refugiados. O país e palco constante de conflitos étnicos e religiosos. 
Ex-colônia francesa, é um dos países mais pobres e corruptos do mundo.
O mais incrível é que tudo isso não tirou a dignidade e a beleza dessa família.

Morar em um país de gelo não deve ser nada fácil e frutas e verduras frescas deve valer ouro. A cultura dos
processados deve ser muito bem vinda em um país quase impossível de se plantar.
No entanto, é interessante perceber que a tradição da caça e da pesca se mantêm viva.  

Alimentação rica e super saudável. Tudo de melhor que uma família pode almejar.
Mas olha o refri enfiadinho ali no canto.

É interessante perceber como consumo de vinhos ou cerveja faz parte da cultura européia.
 A água é um problema, por ser escassa e cara.

Infelizmente o berço da cultura de conveniência hoje sofre por seus excessos.
Cerca de 80% da população americana toma algum tipo de remédio diariamente, incluindo as crianças.
 Todas as doenças citadas na introdução fazem parte do cotidiano.
 Seria ingenuidade não fazer a relação: você é aquilo que você come.
Felizmente, existe a reação a tudo isso e cresce cada vez mais o movimento do consumo de orgânicos.

Sempre ouvi dizer que no México se consome refrigerante como água. Essa imagem é prova disso.
 De resto, os mexicanos se alimentam muito bem.

Mais uma vez o equilíbrio europeu entre processados e in natura. O custo de vida é alto.

Assim como todos os países africanos, o Mali vive as incertezas de uma ex-colônia super explorada.
Apesar de certa estabilidade política nos últimos anos, é um país muito pobre.
 A população é em sua maioria rural, mas vive a mercê dos grandes latifúndios.
Exporta algodão, milho, árvores e ouro. A base da alimentação são os grãos.  
 
Bem ao estilo europeu, os processados complementam a dieta de alimentos in natura.
Vale ressaltar que iogurtes, queijos, carnes e condimentos são os principais itens
 da lista dos alimentos industrializados.  

Como em todos os países do primeiro mundo, muitas embalagens e muitos processados. 
Os vegetais e as frutas são bem vindos nessa dieta.
O consumo massificado de carne só é possível devido a forte indústria pecuária. Você sabia que 2/3 do 
que se planta no mundo é para alimentar esses animais. 

Os canadenses, assim como seus vizinhos americanos, consomem muitos processados. Essa família
até que tem um pouco do bom senso de consumir uma certa dose de alimentos in natura. 

Os indianos são mestres em tratar os males do corpo com os alimentos, o que é uma dádiva.
Dieta rica e vegetariana.
O único desregulador de tanta perfeição é o refri lá no fundo.
Imagine se a população indiana com mais de 1 bilhão de pessoas consumisse como os americanos?
Já teríamos ido para o beleléu com um mar de lixo sem fim.  

Acho muito legal o fato dos italianos estarem no centro do mundo,
mas mesmo assim manterem tradições milenares como a da horta familiar.
 O que é uma grande escola para as crianças e a  garantia de comida saudável na mesa.

Essa imagem me faz sorrir junto. Que família linda e que alimentação rica.
Infelizmente a existência de estilos de vida como esse estão sempre a mercê de
grandes mineradoras e ladifúndios agropecuários. E governos que 
acreditam que os arcos do McDonalds e consumir coca-cola são sinais de progresso não ajudam muito. 


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