quarta-feira, 4 de abril de 2012

FVM: Renove sua garrafa térmica

Depois de comprar quatro jarras de vidro para a minha cafeteira elétrica, desisti. A brincadeira já estava ficando cara demais. Até escrevi para a Arno dizendo que era um absurdo fazer uma jarra de cafeteira mais fina do que casca de ovo. Não tive resposta. Pois bem, desenterrei essa garrafa térmica com mais de 30 anos do baú. Ela era da minha mãe, que resolveu desenterrar umas caixas de mudanças e a garrafa estava prestes a ir para o lixo quando eu a salvei. Funciona? Sim. Então não pode ir para o lixo. Tentei doar, ninguém quis a coitada. Nem eu queria, só não queria jogar fora. Mas depois de desistir da elétrica, ela salvou a pátria - eu não vivo sem café. A nossa relação era para ser temporária, mas já dura quase um ano. Eu não tenho preconceito, o que vale é ser legal por dentro. Só rolava um pouquinho de constrangimento na hora de servir café para as amigas, tipo apresentar namorado feio, a gente tem que explicar as qualidades que não estão a vista. Tudo bem. Até que recentemente fui servir um cafezinho para a minha mãe e ela não acreditou no que estava vendo, ficou inconformada, até recusou o café. Preconceito. Depois disso até comecei a observar as garrafas térmicas nos supermercados, lojinha aqui, lojinha ali, mas nada me atrai, todas me parecem fadadas ao fracasso. Café gelado, só on the rocks. Até eu comprar outra cafeteira elétrica, dessa vez com jarra de aço inox, é com a minha velha garrafa térmica que eu vou ficar. Mas em homenagem a minha mãe e as futuras visitas, ela agora está vestida e apresentável.   


REDUZA  REUSE  RECICLE



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terça-feira, 3 de abril de 2012

Como se come pelo mundo

Seu eu tivesse um escola, essas imagens dos fotógrafos Peter Menzel e Faith D`Aluisio, seria o que eu colocaria na parede no hall de entrada. Eles visitaram diversas cidades ao redor do mundo registrando famílias locais, o que elas comem em uma semana e quanto gastam em dólares para sua alimentação em 7 dias. Em um piscar de olhos se tem uma aula de antropologia, sociologia, psicologia, economia, nutrição e jornalismo, todos juntos. O perfeito raio-x de uma sociedade. O perfeito exemplo do poder da imagem. E por esse motivo que essa série foi uma das coisas mais interessantes com as quais eu me deparei na internet essa última semana.

O que eu aprendi:
- Ser simples é muito mais saudável.
- O refrigerante é o primeiro alimento de laboratório que invade todas as culturas graças às arquirrivais Coca-cola e Pepsi.
- As indústrias criadas para processar e empacotar o alimentos resume o capitalismo. Sim, é verdade, gera-se mais empregos. Mas destrói-se aquilo que nos dá o alimento, a terra. Para ser ter a conveniência do alimento picado e empacotado nas prateleiras do supermercado. E por isso pagamos muito mais por ele.
- Esse alimento processado já não nutre mais, ele enche a barriga. Não morremos mais de fome, mas de doenças derivadas desse processo: câncer, problemas endócrinos, respiratórios, doenças degenerativas, obesidade, stress.
- A imagem da família Americana é a mais assustadora, o único alimento não processado são as uvas, que com certeza veio empacotada em uma bela caixa de plástico. Se o mundo todo se alimentasse como os americanos, o planeta não duraria mais 30 anos.
- Nos países do primeiro mundo paga-se mais por causa das embalagens, de 15% a 50% do custo dos produtos, que entopem os lixos, os rios e os mares.
- Já no lado oposto, a dieta do Butão me parece tão frugal e completa. Vocês sabiam que o Butão é considerado um dos países mais felizes do mundo? Como se vê, dinheiro nem sempre compra felicidade.  
- A maior riqueza que um homem pode ter é acesso a terra, a plantar e a colher. Ar, água e alimento íntegro.

Dieta rica, completa e super saudável. A produção de lixo inorgânico é mínima.
  
Você sabia que o Butão é considerado um dos países mais felizes do mundo?
Não na lista da Forbes, que mede felicidade = acúmulo de bens materiais,
mas nas análises onde felicidade = prazer na existência.
Dieta frugal e saudável. Nada de embalagens desnecessárias.

A alimentação é cara no principado de Luxemburgo. Como na maioria dos países europeus
existe um equilíbrio entre produtos industrializados e in natura

A dieta é de subsistência a base de grãos. Sim, eles poderiam ter mais se a grande maioria da
população não vivesse em campos de refugiados. O país e palco constante de conflitos étnicos e religiosos. 
Ex-colônia francesa, é um dos países mais pobres e corruptos do mundo.
O mais incrível é que tudo isso não tirou a dignidade e a beleza dessa família.

Morar em um país de gelo não deve ser nada fácil e frutas e verduras frescas deve valer ouro. A cultura dos
processados deve ser muito bem vinda em um país quase impossível de se plantar.
No entanto, é interessante perceber que a tradição da caça e da pesca se mantêm viva.  

Alimentação rica e super saudável. Tudo de melhor que uma família pode almejar.
Mas olha o refri enfiadinho ali no canto.

É interessante perceber como consumo de vinhos ou cerveja faz parte da cultura européia.
 A água é um problema, por ser escassa e cara.

Infelizmente o berço da cultura de conveniência hoje sofre por seus excessos.
Cerca de 80% da população americana toma algum tipo de remédio diariamente, incluindo as crianças.
 Todas as doenças citadas na introdução fazem parte do cotidiano.
 Seria ingenuidade não fazer a relação: você é aquilo que você come.
Felizmente, existe a reação a tudo isso e cresce cada vez mais o movimento do consumo de orgânicos.

Sempre ouvi dizer que no México se consome refrigerante como água. Essa imagem é prova disso.
 De resto, os mexicanos se alimentam muito bem.

Mais uma vez o equilíbrio europeu entre processados e in natura. O custo de vida é alto.

Assim como todos os países africanos, o Mali vive as incertezas de uma ex-colônia super explorada.
Apesar de certa estabilidade política nos últimos anos, é um país muito pobre.
 A população é em sua maioria rural, mas vive a mercê dos grandes latifúndios.
Exporta algodão, milho, árvores e ouro. A base da alimentação são os grãos.  
 
Bem ao estilo europeu, os processados complementam a dieta de alimentos in natura.
Vale ressaltar que iogurtes, queijos, carnes e condimentos são os principais itens
 da lista dos alimentos industrializados.  

Como em todos os países do primeiro mundo, muitas embalagens e muitos processados. 
Os vegetais e as frutas são bem vindos nessa dieta.
O consumo massificado de carne só é possível devido a forte indústria pecuária. Você sabia que 2/3 do 
que se planta no mundo é para alimentar esses animais. 

Os canadenses, assim como seus vizinhos americanos, consomem muitos processados. Essa família
até que tem um pouco do bom senso de consumir uma certa dose de alimentos in natura. 

Os indianos são mestres em tratar os males do corpo com os alimentos, o que é uma dádiva.
Dieta rica e vegetariana.
O único desregulador de tanta perfeição é o refri lá no fundo.
Imagine se a população indiana com mais de 1 bilhão de pessoas consumisse como os americanos?
Já teríamos ido para o beleléu com um mar de lixo sem fim.  

Acho muito legal o fato dos italianos estarem no centro do mundo,
mas mesmo assim manterem tradições milenares como a da horta familiar.
 O que é uma grande escola para as crianças e a  garantia de comida saudável na mesa.

Essa imagem me faz sorrir junto. Que família linda e que alimentação rica.
Infelizmente a existência de estilos de vida como esse estão sempre a mercê de
grandes mineradoras e ladifúndios agropecuários. E governos que 
acreditam que os arcos do McDonalds e consumir coca-cola são sinais de progresso não ajudam muito. 


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