sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Filhos: 1 é bom 2 é demais

Essa semana meu filho mais novo retornou à escola, e como muitas mães, tive que dar uma passadinha na sala da diretoria para tirar algumas dúvidas. Na sala de espera, acionei meu orelhão e fiquei quietinha escutando a conversa de outras duas mães que trocavam confidências:
Mãe 1: Você só tem ele?
Mãe 2: Sim, e você?
Mãe 1: Também, eu queria outro, mas meu marido diz que não, ele pensa mais no financeiro, sabe!?
Mãe 2: Ai é tudo em dobro, duas natações, dois judôs, duas aulas de inglês...
Mãe 1: A gente quer poder dar o melhor para os filhos... O seu faz natação? Aonde?
Enquanto a mãe 2 falava sobre a escola de natação e as proezas do filho na atividade, fui chamada para conversar com o diretor. Quando passei de volta na sala de espera me deu uma vontade de trazer o assunto à tona apesar das mães já estarem falando sobre numeração de camisetas ou algo parecido. Mas resolvi deixar de lado, deixar de ser enxerida, de me meter na vida dos outros, afinal eu tenho o meu blog e posso escrever o que penso e poupar qualquer constrangimento. Mas também pode ser que eu tenha deixado de fazer duas amizades, nunca vou saber. Entretanto, se elas fossem minhas melhores amigas é isso que diria a elas:
- O custo de um filho pode ser alto, mas um companheiro para a vida não tem preço...
- Não tem presente no mundo que deixaria os Natais de um filho mais legal...
- Mais filhos, mais trabalho com certeza, mas em muitas ocasiões mais sossego. Eles brincam entre si, como quando o seu filho quer que você jogue a quinta partida de “uno” ou “cara a cara” e você tem milhares de coisas para fazer. Eles se cuidam em ambientes estranhos, se cuidam até mesmo em casa...
- Os filhos crescem, as necessidades e as preocupações mudam, os problemas e conflitos aparecem e ter mais de um filho pode ser reconfortante...
- Um irmão ensina para o outro todas as mazelas do ser humano: raiva, preguiça, critica, gozação, competição, tristeza, angustia, mesquinhez, e não tem nada melhor do que aprender sobre a parte não tão legal da vida em casa, onde o amor no final do dia sempre vai prevalecer. Enfim, com um irmão criamos uma casquinha grossa, sem perder a doçura...
- E nenhuma escolinha de natação, inglês, balé ou judô vai ensinar ao seu primogênito aquilo que um irmãozinho ensinaria a custo zero: dividir, brigar, se defender, brincar, competir, cuidar, compreender, a ter caráter e a amar.
Se 1 filho é bom, 2 é bom demais!

5 comentários:

  1. Adorei o post.
    Fiquei ainda com mais vontade de dar um irmão ao meu filho :)

    bom fim de semana

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  2. Adorei o texto!! Muito bom post!
    Tenho 2..e realmente acho que alegria de se ter irmãos, não tem preço.
    Mas por outro lado sempre penso: será que esse planeta precisa de mais gente? Comporta mais gente? Acho que não...por isso não deixo a vontade de mais um bebe me vencer...embora eu queira muito!! bjos

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    1. Oi Marina, legal que você falou sobre já ter tantas pessoas no mundo (já somos 7 bilhões, porque enquanto eu escrevia esse texto eu estava com esse pensamento martelando na minha cabeça. Tem uma frase que eu li em um cartaz do Occupy Wall Street que diz: "Live simple so others can simply live". Eu acho que se a humanidade fosse menos mesquinha e tivessemos mais consciência das nossas interações com a natureza, como plantar,acho que seria possível sim, todo esse bando de gente viver de maneira mais digna. O problema é que uma minoria consome todos os recursos de uma maneira desenfreada, enquanto a grande maioria perdeu os meios e a dignidade. Nesse mundo realmente não faz sentido colocar mais gente. Mas eu também acho que ao menos um irmão faz da gente ser humanos melhores... bj e obrigada por comentar.

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  3. Amei o post... Já tenho dois e de todo o coração gostaria muito de ter mais um para viver tudo isso que você escreveu, já que a alegria é compartilhada aqui em casa de forma diferente... minhas crias tem uma diferença de 15 anos.
    Adoro seus textos! Beijos
    www.jeitinhos.blogspot.com

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