Depois de comprar quatro jarras de vidro para a minha cafeteira elétrica, desisti. A brincadeira já estava ficando cara demais. Até escrevi para a Arno dizendo que era um absurdo fazer uma jarra de cafeteira mais fina do que casca de ovo. Não tive resposta. Pois bem, desenterrei essa garrafa térmica com mais de 30 anos do baú. Ela era da minha mãe, que resolveu desenterrar umas caixas de mudanças e a garrafa estava prestes a ir para o lixo quando eu a salvei. Funciona? Sim. Então não pode ir para o lixo. Tentei doar, ninguém quis a coitada. Nem eu queria, só não queria jogar fora. Mas depois de desistir da elétrica, ela salvou a pátria - eu não vivo sem café. A nossa relação era para ser temporária, mas já dura quase um ano. Eu não tenho preconceito, o que vale é ser legal por dentro. Só rolava um pouquinho de constrangimento na hora de servir café para as amigas, tipo apresentar namorado feio, a gente tem que explicar as qualidades que não estão a vista. Tudo bem. Até que recentemente fui servir um cafezinho para a minha mãe e ela não acreditou no que estava vendo, ficou inconformada, até recusou o café. Preconceito. Depois disso até comecei a observar as garrafas térmicas nos supermercados, lojinha aqui, lojinha ali, mas nada me atrai, todas me parecem fadadas ao fracasso. Café gelado, só on the rocks. Até eu comprar outra cafeteira elétrica, dessa vez com jarra de aço inox, é com a minha velha garrafa térmica que eu vou ficar. Mas em homenagem a minha mãe e as futuras visitas, ela agora está vestida e apresentável.
REDUZA REUSE RECICLE
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